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Ladainha (Story of an Artist)

from Ladainha (Story of an Artist) by Gus Machado and Rafael Jr.

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about

A mente do Daniel Johnston não era nada como a minha.

Sua maneira de consumir e criar arte, no entanto não era tão diferente assim.
Cada um a seu tempo, e habitando seu universo, que podia ser a West Virgínia, ou Aracaju, crescemos dentro de um quarto, inspirado por gibis americanos, e pelos discos dos Beatles.

Ele tinha um piano de armário, e eu um violão Tonante.

Um de nós, era um gênio, o outro...bem, o outro era eu. Mas ambos crescemos com a preocupação justificada dos pais: é isso que você vai ser da vida?

É por isso que "Story of an Artist" sempre me capturou. Essa crua ladainha crua sobre o significa passar a vida tentando ser artista, e duvidando dessa possibilidade ao mesmo tempo. E é por isso que quando o selo Crooked Tree convidou a mim e o Rafael Jr para participar de um Tributo ao Daniel Johnston, ela parecia a música certa para a ocasião.

Mas eu queria continuar a canção, e usá-la para falar de uma realidade que o Johnston não conheceria nunca. Afinal, ele mergulhou visceralmente na música, enquanto muitos de nós mantivemos o artista trancado no quarto. Saímos de casa de segunda a sexta para ser outra coisa: publicitário, engenheiro, arquiteto, operador do mercado financeiro - ganhamos dinheiro e somos os únicos investidores do nosso próprio artista.

Então se a primeira missão, era reimaginar o Johnston em português, a segunda era continuar essa letra com uns versinhos que falassem mais do nosso mundo que do dele.

E depois foi um busca do que trazer das minhas referências para que "Story of an Artist" se convertesse em "Ladainha", uma irônica interpretação meio jazz, meio musical da Broadway, da canção do Johnston.

Como na original, eu também queria construir o arranjo ao redor de um piano de armário. Mas queria um som bem específico. Terminei sampleando o The Gentleman, um piano sobrevivente de 1908,. Ele daria uma grande parte dos ares de teatro de variedades do início do século que queria trazer para essa versão.

A outra parte, eu traria com um banjo. E com um clarinete. E aí foi quando o Pete, lá da Inglaterra, entrou o cena, e gravou um arranjo bem Dixieland - sabe aquele jazz velho, dos desenhos animados da Disney?

Para as cordas, eu usei o meu bom e velho violão - nada demais; um Jazz Bass, abafado para - junto com um Mellotron - evocar um pouco de Beatles pra dentro da música, e uma Guild, que é uma réplica fiel de uma guitarra de uns 50 anos atrás.

E aí, enquanto, o Rafael investigava mais sobre essa linguagem do early jazz e essa maneira de tocar bateria, lá em Aracaju, eu aqui em São Paulo e a Bianca lá em Curitiba, colocamos as vozes.

Eu somei isso a alguns sons ambientes e instrumentos inesperados, como o sample de instrumento caseiro inspirado numa tábua de lavar roupa, muito comum nessa música que a gente costuma associar a desenho animado, e o ruído de bandeja de uma impressora que foi ressincronizado para entrar no tempo da música e seguir tocando até o final dela.

Talvez para lembrar a toda essa classe de artista como eu, que a gente tem tem um emprego de escritório para voltar, quando essa brincadeira de músico acabar.

lyrics

Escute o que eu vou te contar.
É a história de um alguém.
Um artista ao envelhecer.
Um que não envelheceu bem.

A família a perguntar
porque você é assim?
Quando cê vai trabalhar?
Para que você vai servir?

Não gostamos do teu som.
Ninguém nunca vai gostar.
Esse é um problema seu.
Uma doença a enfrentar.

Escute o que eu vou te contar.
O que eu volto a te dizer.
Não tem para onde escapar.
Você está a envelhecer.

"Ser artista é complicado”
Grita alguém atrás dele.
Todo o dia a cantar.
Estará tão errado assim?

Quem senta frente a TV.
E diz “cara que legal”
Só consegue disso rir
Só vê graça no banal.

Mas o que é mesmo “free”.
Não aparece na TV.
A abelha e o colibrí
Não estão feitos para vender.

Escute o que eu vou repetir
Nunca é demais lhe alertar.
É um recado para você.
Que passa a vida a criar.



Tua família vai dizer
ser artista é tão ruim
Isso não é trabalhar
Não se vive disso aí.

Ninguém escuta o teu som.
Poucos views no Spotify.
Centavos no teu PayPal.
Só dá para viver com os pais.

Escute o que eu vou te contar.
A vida se vai num segundo.
Uns escolhem inventar
Outros só assistem ao mundo.

De que lado você está? Qual é a sua profissão? Algo sério e formal.
Te escrevemos uma canção.

Músico, publicitário,
ou engenheiro,
Saiam do Armário.

Advogado, quer ser pintor.
Nasce um Van Gogh, morre um doutor.

Arquiteta, desce do salto
Projeta uma obra aqui pro palco.

Médica, oftalmologista, vem pro cinema, vem ser artista.

credits

from Ladainha (Story of an Artist), released July 8, 2020
Produced by Gus Machado;
Recorded between February and June of 2020 by. Gus Machado at São Paulo, Evandro Prudente at Aracaju, Bianca Amante at Curitiba and Peter Scott at Southampton, UK.
Mixed by George Nahssen (Estúdio Angels, São Paulo).
Mastered by Steve Corrao (Sage Studio) Nashville, TN , United States.
Lyrics and arrangements by Gus Machado. Drums by Rafael Jr; Backing Vocals by Bianca Amante, Clarinets by Peter Scott;
Voice, guitar, keys, banjo, bass, synths and programming by Gus Machado.
Artwork by Guilherme Romero.

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Gus Machado Amsterdam, Netherlands

Gus Machado is a Brazil-born, Amsterdam-based multidisciplinary artist and music producer

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